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O Burnout: se nada mudar, quem sofre são as famílias

 

Portugal está entre os dez países da OCDE onde se trabalha mais horas por ano (é o quarto país da União Europeia) e a média ronda as 1900 horas/ano. O impacto destes números, não só em termos de saúde, como em termos de relações entre as pessoas, é grande e o facto de 13% da População Portuguesa sofrer de Burnout fala por si.
O Burnout impacta em vários níveis, começa no próprio, afeta as relações e interações com os outros e a produtividade geral da empresa. Em termos de sintomas, normalmente o corpo é mais rápido que a cabeça a processar o que estamos a viver (alguns sintomas físicos: falta ou aumento de apetite, problemas gastro intestinais, insónias, dores de cabeça ou corpo – sem razão aparente – queda de cabelo; Alguns sintomas emocionais e cognitivos: Irritabilidade, falta de paciência, paranoias “está tudo contra mim”, perda de concentração ou memória). Ao nível de relações humanas o Burnout impacta diretamente no ambiente que se vive numa empresa, no entusiasmo, na criatividade, na socialização, no estilo de liderança e nos conflitos entre as pessoas.
Mas se os números mostram que passamos muitas horas a trabalhar, e se as pessoas estão a adoecer, é porque de facto somos humanos e não meros “Recursos Humanos”. É urgente começarmos a olhar para os locais de trabalho, como o que são: os lugares onde passamos maior parte do nosso tempo útil de vida. Se é no local de trabalho que passamos mais tempo, é também aqui que temos vida social, alguns momentos de lazer e podemos trazer alguma solidariedade para cima da mesa. Os estudos indicam que uma das coisas que mais ajuda a reverter ciclos de equipas doentes nas empresas é quando voluntariado, a solidariedade é introduzida na equação, pois esta simples ação, vai trazer um novo sentido de propósito e visão, que se perdem em casos de esgotamento, pelo próprio trabalho.